Em seu artigo intitulado “Inclusão Digital, Software Livre e
Globalização Contra-hegemônica”, o autor Sérgio Amadeu da Silveira, apresenta
uma variedade de argumentos que estabelecem a relação necessária da utilização
de softwares livres, bem como ampliação dos programas de inclusão digital por
meio do Estado, para que se almeje a formação de uma sociedade que produza
conceitos próprios, que difunda opiniões diversas e necessariamente, ofereça resistência
ás trocas desiguais e dependentes, sendo basicamente sofridas pelas faixas inferiores
das sociedades capitalistas.
É sabido que, quase necessariamente, as ações de inclusão
digital ampliariam a miséria existente uma vez que atuamos numa sociedade
dependente de tecnologia, onde as classes menos favorecidas se distanciam da
elite pela necessidade de recursos que viabilizem a aquisição ou alcance destas
tecnologias.
Segundo apontamento do próprio autor, os níveis mais baixos
da sociedade somente alcançariam ou então teriam acesso à informação por meio
da intervenção do Estado no estabelecimento de políticas públicas (e então
gratuitas), que difundam e permita o acesso dos mesmos à utilização de
ferramentas que viabilizem a informação, e com isso, o conhecimento.
Outrossim, cabe a ressalva de que nem todas as necessidades
devem ser de responsabilidade do Estado em saná-las, já que o intervenção de
outros setores da sociedade – como: empresas, entidades e instituições - utilizando-se
da integração da população na busca do “bem-comum”, através do envolvimento e participação
dos mesmos na estruturação de programas, políticas de uso e acesso (por
exemplo) e atividades correlatas, que primem por atender a necessidade da
própria categoria.
Principalmente, “devem ser” objeto de busca, a educação e o
conhecimento, sem ser levada em conta a mercadologia existente, ou seja,
partindo do pressuposto que a sociedade é capitalista, seria obsoleto dizer, que
deixando como está (sem a intervenção do Estado), alguma evolução seria
alcançada, já que os programas de inclusão seriam controlados pelas entidades
que possuírem materiais necessários para provê-los.
Precisa-se a criação de uma “rede de conhecimento” que vise
agregar a qualquer camada da sociedade, inteligência coletiva, sem que haja um
grande dispêndio financeiro. Neste ponto, (financeiramente falando), perceber-se
a grande contribuição que os softwares livres nos dão, face a viabilidade que
oferecem, bem como a equivalência aos demais softwares “não-livres”.
No final das contas, és necessário a criação de uma
sociedade auto inclusiva, no que se refere ao conhecimento. Que o visem como
necessário para a produção da mão-de-obra, aumento da capacidade de formular
críticas a respeito do assunto, da evolução a partir da formação profissional,
enfim, da estruturação de um novo homem, que prime por um “conhecimento
estruturado e evolutivo”, ou seja, que o homem consiga construir uma carreira
de aprendizado, que, sendo sequencial, o agregará maior valor conceitual e com
isso, toda a população, as empresas e o Estado.
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